Vacinação contra o HPV é alterada para dose única no Brasil

Ministra da Saúde anuncia mudança para proteger a população contra o câncer de colo de útero

Por Da redação | www.portalalagoasnt.com.br 02/04/2024 - 16:00 hs
Foto: Ilustração/ Internet


A vacinação contra o HPV no Brasil passa a ser realizada em dose única, conforme anunciado pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, na noite de segunda-feira (1º). Até então, o país adotava um esquema de duas doses para combater a infecção, que é a principal causadora do câncer de colo de útero.

 

 

"Apenas uma vacina nos protegerá a vida toda contra vários tipos de doenças e cânceres causados pelo HPV, como o câncer de colo de útero. Não permitiremos que crianças e jovens corram esse risco quando crescerem", escreveu a ministra em seu perfil na rede social X, antigo Twitter.

 

Nísia também solicitou que estados e municípios façam uma busca ativa por jovens com até 19 anos que não tenham recebido nenhuma dose da vacina. Segundo ela, em 2023, foram aplicadas 5,6 milhões de doses do imunizante, o maior número desde 2018 e um aumento de 42% em relação a 2022.

 

"Agora, temos mais vacinas para proteger nossa população contra os riscos causados por esse vírus. A decisão de utilizar apenas uma dose de vacina foi embasada em estudos científicos e segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS)", destacou.

 

Quem pode se vacinar


Atualmente, a imunização no Brasil é indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos, vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham sido imunizadas previamente, pessoas que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea, e pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.

 

 

Testagem


Em março, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um teste inovador para detecção de HPV em mulheres. A tecnologia utiliza testagem molecular para a detecção do vírus e o rastreamento do câncer de colo de útero, permitindo que o teste seja feito apenas a cada cinco anos.

 

O método atual de rastreio do HPV, realizado por meio do exame conhecido como Papanicolau, precisa ser feito a cada três anos. A incorporação do novo teste na rede pública foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa do que a atualmente oferecida pelo SUS.

 

A infecção


O HPV é atualmente a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e a principal causa do câncer de colo de útero. Estima-se que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença todos os anos no Brasil.

 

Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, o câncer de colo de útero continua sendo o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de morte por câncer em mulheres, principalmente entre as negras, de baixa renda e com baixa escolaridade.